Anestesia em DBS - Distúrbio do movimento

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Dr. Fabio Godinho

Neurocirurgião | CRM 87108

O implante de eletrodos para tratamento da doença de Parkinson e outros distúrbios do movimento (conhecida por DBS) é uma cirurgia feita, classicamente, sob anestesia local, analgesia e leve sedação. Ao operar o paciente acordado, o neurocirurgião dispõe da colaboração do mesmo, aumentando assim a precisão do implante e a chance de sucesso cirúrgico. Contudo, apesar de ser indolor, a cirurgia representa um estresse para o paciente que permanece acordado a maior parte do procedimento.

O impacto deste estresse é maior nos pacientes com maior nível de ansiedade. Visando reduzir este desconforto, um grupo de neurocirurgia holandês realizou um estudo recente, o qual comparou os resultados de DBS entre pacientes portadores de Doença de Parkinson operados com anestesia geral com pacientes operados com anestesia local e sedação (acordados). Este estudo mostrou que os resultados cirúrgicos foram semelhantes após 6 meses da cirurgia. No entanto, os pacientes operados com anestesia geral relataram um estresse menor decorrente do ato cirúrgico.

Os resultados desse estudo apontam para a viabilidade do uso de anestesia geral em cirurgias de DBS, com maior conforto para o paciente. Porém, sua viabilidade depende de vários fatores como características clínicas e anatômicas do paciente, hospital onde o procedimento é executado, conhecimento avançado da equipe de neuroanestesia e extensa experiência neurocirúrgica da equipe assistente. 

Referências:

Holewijn RA, et al. General Anesthesia vs Local Anesthesia in Microelectrode Recording-Guided Deep-Brain Stimulation for Parkinson Disease: The GALAXY Randomized Clinical Trial. JAMA Neurol. 2021 Sep 7:e212979. doi: 10.1001/jamaneurol.2021.2979